terça-feira, 4 de novembro de 2008

Textos e Poesias


Conheço várias pessoas que têm blogs primorosos de poesias, textos e contos.


Sinceramente, a qualidade de seus textos, e talvez até um pouco de medo da crítica, sempre me fez evitar publicar os meus.


Mas, algumas pessoas que me conhecem (poucas, admito) vivem pedindo. E este negócio de enviar por e-mail ou msn, já tá mais arcaico que correios.


Eu pensei em criar um blog para isto, mas já tenho este aqui, e não é tempo de desperdício.


De mais a mais, não pretendo postar só escritos, mas de vez em quando um depoimento também, um caso... Enfim, o que me der na telha. Está no sub-título do blog de hoje em diante.


E ele deixa, a partir de agora de ser uma brincadeira "só minha", quero dizer que passo a divulgá-lo.
Seguem os primeiros textos. Prometo pelo menos um novo por semana, mas no começo serão mais. De brinde nesta primeira semana... um por dia! (Não perca! :-D).
Aboletem-se e fiquem à vontade.


Abraços.
PAPEL E CANETA
Este papel é um papel passivo,
Em minhas mãos ele foi branco e se manchou
Do fel que exala a caneta elétrica,
Que não se cala mesmo quando o corpo para,
E a lágrima escorre,
E é dor.
É de tanto doer, que ela se move,
Até que a dor morre,
No momento em que sou ator.

Sorrio, e a caneta pára,
Movo, e ela morre.
Inanição, talvez.

E talvez seja eu que me alimente
Da dor que a movimenta,
E de já não suportar mais: fuja, ou finja,
Ou corra, ou esconda, ou morra.
De tanto matar a dor de que a caneta fala.
SUBJUNTIVO
Talvez se eu finalmente escrevesse,
Uma coisa que, passível de ser-te mostrada,
Impressionasse.
Talvez se eu trancendesse
A modorrenta prudência de agora.
Talvez se eu fosse embora,
Pra depois voltar...
Ou então desfalecesse,
Caísse, quase morresse,
Talvez você viesse ver o que há!

Você não vem.
Estou seca, esquartejada,
despetalada,
Você não vem me olhar...

Talvez se eu revivesse,
Pintasse o rosto, colorisse a casa,
Vestisse, plantasse, exibisse, comentasse,
Despisse ou mudasse.
Talvez se eu desistisse, esquecesse,
Partisse...
Talvez se eu cantasse bem alto,
Se volitasse, fosse até você...
Talvez se eu andasse bem depressa,
Ou passeasse,
Talvez se insistisse, talvez se procurasse!

Talvez se você visse meu desespero,
Talvez você tentasse
Não me desprezar...
Talvez se eu chorasse, talvez te arrependesse,
Talvez te convencesse,
A não me abandonar...

Talvez te abraçasse, talvez me aconchegasse,
Talvez dormisse, talvez ronronasse,Talvez fluísse, derretesse, esgarçasse até que um dia evaporasse.



Um comentário:

NÊM CAMPOS disse...

pra te falar a verdade, este Subjuntivo é a coisa mais linda que já vi!